Livro: Chapadão do Bugre, de Mário Palmério

O excelente Chapadão do Bugre tem uma narrativa diferente dos outros livros que já li.

Ele começa contando a história de José de Arimatéia, um rapaz do sertão que está de casamento marcado com uma moça da fazenda onde trabalha, só que por causa de um certo acontecimento, que não vou contar qual é pra não estragar a história, ele se vê obrigado a sair às pressas da fazenda. Esta primeira parte narra tudo o que aconteceu em sua trajetória fora da fazenda e tudo o que rola por lá depois que ele sai, e vai até o momento em que não se tem mais notícias dele.

Inicia-se então a segunda parte, que não tem absolutamente nada a ver com a primeira. Ela conta a história de uma cidadezinha do interior que é comandada por uma mesma família há gerações, até que o governo estadual manda um juiz carrancudo e uma força policial enérgica tomarem conta do lugar e acabarem com a impunidade. (Não, esta cidadezinha não é Magé).

Rapaz, uma coisa que não posso deixar de contar é que o Capitão Nascimento, aquele fanfarrão da Tropa de Elite, fica parecendo um escoteiro perto do capitão que comanda a força policial que toma o lugar. O cara é cruel até os ossos: chega a enfiar prisioneiros de cabeça pra baixo em baldes de merda e vômito a pretexto de conseguir uma confissão.

Mas bem, continuando: esta segunda parte da história, a princípio, não tem nada a ver com a primeira, mas aos poucos você começa a ver um detalhe aqui, outro ali, que vão ligando as duas, então as relações vão se tornando mais e mais claras até o ponto em que tudo faz sentido e o livro alcança a sua última parte, apoteótica, com o retorno de José de Arimatéia.

É aí que todos os pontos são amarrados entre as duas histórias, tudo faz sentido e a trama toma um rumo empolgante, que não dá vontade de largar o livro até descobrir como aquilo tudo vai acabar.

Se tiverem oportunidade de ler, não percam. É diversão garantida.

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